Nosso sangue afro-brasileiro
A Lei 10.639/2003, que determina a obrigatoriedade de incluir a temática "História e Cultura Afro-brasileira e Indígena" no Currículo do ensino público e privado do país, possibilitou a reparação das injustiças e desigualdades sociais.
Ao desenvolver o tema sobre a afro-descendência procurei trazer à consciência nas atividades propostas,a importância da presença africana na formação étnica e cultural brasileira e sul-riograndense, estimulando os alunos a construir noções claras da importância dos povos africanos na formação do Brasil atual.
Ao abordar a história da escravidão no Brasil, os alunos entenderam a conexão existente, em relação à situação dos negros brasileiros, que entre outros problemas, enfrentam muitos preconceitos, trazendo esses questionamentos para a realidade da sala de aula, buscando a formação de sujeitos íntegros, que valorizem o ser humano sem distinção, em atitude de acolhimento, pluralizando as relações, respeitando as especificidades culturais de todas as etnias.
Na troca de ideias, os alunos construíram o entendimento que o indivíduo independentemente do grupo étnico a que pertença é formador do patrimônio da sociedade brasileira, onde o primeiro desafio é o entendimento da identidade, pois a criança negra precisa se ver como negra e a aprender a respeitar a imagem que tem de si.
Vimos na Interdisciplina Questões Étnicos Raciais na Educação a Síntese da Dissertação do Mestrado em Educação, para a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, onde Marilene Leal Paré nos diz que as relações na escola podem ser libertadoras ou inibidoras do processo de aprendizagem, sobre a importância da escola sobre o aluno negro, da relevância da relação positiva entre professor e aluno, da valorização do professor sobre esse aluno,onde ele possa desenvolver e fortalecer sua autoestima, e se essa valorização não existir, o aluno poderá desenvolver mecanismos de defesa que prejudicariam seu desenvolvimento pleno de aprendizagem, chegando muitas vezes a evasão.
O meu objetivo ao desenvolver a temática foi alcançado de uma forma muito prazerosa, pois além do conhecimento construído em relação a influência étnico e cultural africana,semeamos a igualdade e pregamos a total ausência de descriminação.
Compartilho aqui um fragmento de texto que trabalhei com os alunos:
Ser negro no Sul hoje...
O preconceito continua firme, em cada rua, em quada quadra, em cada cidade dessa região tão rica e tão suprema.O negro continua acorrentado sem saber o que fazer, porque continua excluído da sociedade branca dominante. Em pleno século XXI, o negro continua pedindo licença para viver[..] A verdadeira carta de alforria ainda está por vir.
Álvaro Cesar de Almeida, Jornal Abibiman, Arcoverde, fev. 2004.
Um comentário:
Olá Roseli!
Lendo tua reflexão percebo teu envolvimento como ocurso e com teus educandos. Vejo que busca bibliografias para aperfeiçoar tuas aulas.
Muito legal, continua com esse trabalho que interage a prática com a teoria.
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