quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Reflexão-Sexto Semestre

Destaco a interdisciplina Questões Étnicos Raciais na Educação, como a de maior relevância nesse semestre, pois oportunizou importantes reflexões sobre a abordagem racial no contexto escolar, para a construção da auto-estima do aluno negro, referenciando a escola como o espaço ideal para a quebra de estereótipos e desmistificação de preconceitos.

O que realmente despertou minha atenção, foi o fato de eu não ter conhecimento de uma universidade ofertar em sua grade curricular uma disciplina com esse enfoque para a formação de seus acadêmicos.

Isso denota, portanto, o olhar diferenciado, do Curso PEAD-UFRGS, que oportunizou uma formação voltada para uma educação verdadeiramente inclusiva e despojada de preconceito e discriminação.

Com esse entendimento, percebi a responsabilidade da escola como uma instituição formadora de valores, de trabalhar as questões raciais de forma sistemática e permanente na busca da formação identitária das diferentes etnias na busca pelo respeito às diferenças.

Conforme Paré (2000) o aluno de origem afro precisa evidenciar em sua rotina escolar nove dimensões afro culturais:

A 2ª Grande Essência-Os Sentimentos - Conteúdo latente originário da discriminação: Desgosto à piadas raciais, Vergonha de ser negro (a ), Medo da Rejeição, Baixa auto-estima, Baixa auto-confiança, Desvalia, Mágoa pela rejeição, Tristeza por não saber reagir, Alta auto-estima.

O aluno afro descendente cuja escola não considere essas dimensões poderá desenvolver mecanismos de defesa que prejudicariam o desenvolvimento pleno de sua aprendizagem certamente influenciando de forma negativa na construção de sua identidade e no auto- reconhecimento em relação aos valores culturais intrínsecos de sua africanidade.

Portanto, é possível afirmar que todo o ser humano, independentemente da condição social que seja oriundo em relação à etnia, gênero e religião, possui o direito incontestável de exercer a sua cidadania, lutando pela respeitabilidade de sua condição, colocando-se contra a qualquer tipo de exclusão ou discriminação, acreditando sempre que sua inserção no mundo perpassa pela forma como busca o diálogo e questionamentos em favor de seus direitos e verdades e na valorização de suas origens. É imprescindível que o aluno encontre na escola a acolhida necessária para que se sentindo pertencente à ela construa sua identidade.

Buscando a reversão de práticas e ações excludentes e discriminatórias do meu contexto escolar é que direcionei o Projeto do estágio curricular e o TCC para o desenvolvimento dessa temática.

Referências:

PARÉ, Marilene. Auto-Imagem e Auto-Estima na criança negra: Um Olhar Sobre o seu Desempenho Escolar.

Dissertação de Mestrado,2000.

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